O Instituto da Paz dos Estados Unidos acolheu, esta quinta-feira, a cerimónia de assinatura do Acordo de Paz entre a República Democrática do Congo (RDC) e a República do Ruanda, um marco diplomático que promete pôr termo a um conflito armado que há décadas desestabiliza a região dos Grandes Lagos.
O entendimento sela o culminar de uma intensa maratona político-diplomática conduzida essencialmente por Angola, através do Presidente João Lourenço, no quadro do mandato que lhe foi conferido pela União Africana para liderar o processo de mediação. O esforço contou igualmente com o envolvimento do Quénia e, numa fase final, com a intervenção do Qatar e dos Estados Unidos da América.
Chefes de Estado, Chefes de Governo e enviados especiais de alto nível destes países deslocaram-se à capital norte-americana para testemunhar o acto, considerado por observadores internacionais como o avanço mais significativo rumo à pacificação duradoura da região em mais de vinte anos.
O acordo estabelece mecanismos de cessação das hostilidades, retirada de forças armadas irregulares, reabertura de corredores humanitários e um roteiro para negociações políticas permanentes. Espera-se que, com a entrada em vigor dos compromissos agora assumidos, seja possível criar as condições para estabilizar fronteiras, reforçar a cooperação bilateral e permitir o regresso seguro de populações deslocadas.
As partes comprometeram-se a apresentar, nos próximos 30 dias, um calendário detalhado para implementação das medidas acordadas, sob supervisão conjunta da União Africana e das Nações Unidas. O Presidente João Lourenço descreveu o momento como “um passo histórico rumo à paz efectiva nos Grandes Lagos”, sublinhando que “a estabilidade da região exige coragem política e empenho contínuo das partes”.





