Angola chora a partida de Fernando da Piedade Dias dos Santos, conhecido como Nandó, figura central da história política e institucional do país no período pós-Independência.
Recentemente condecorado pelo Presidente da República no âmbito dos 50 anos da Independência Nacional, Nandó destacou-se pelo seu contributo para a paz, a reconciliação nacional e a consolidação do Estado angolano.
Antes da Independência, integrou o grupo de combatentes que partiram para Brazzaville, deixando para trás uma promissora carreira no Atlético de Luanda, onde se afirmara como futebolista ao lado de António Paulo Cassoma.
Ganhou projecção nacional durante o processo de paz, actuando como negociador do Governo do Presidente José Eduardo dos Santos nos diálogos com a UNITA. Na Jamba, protagonizou encontros decisivos com Nzau Puna, num esforço determinante para o fim do conflito armado, tendo contribuído para a salvaguarda de jovens militares no processo de troca de prisioneiros.
Após os acontecimentos de 1992, teve papel relevante na reposição da ordem e da legalidade, sobretudo em Luanda. Exerceu funções como Comandante-Geral da Polícia Nacional, Vice-Ministro do Interior, Chefe do SINFO e Ministro do Interior entre 1999 e 2002.
Em 2002, assumiu o cargo de Primeiro-Ministro, mantendo uma relação de proximidade com os órgãos de comunicação social. Em 2012, passou a presidir à Assembleia Nacional, onde se destacou pelo dinamismo e pela promoção de uma comunicação parlamentar aberta e eficaz.
Fernando da Piedade Dias dos Santos deixa um legado de diálogo, serviço público e compromisso com a paz.
A história não se apaga. Recorda-se.

