O nacionalista, militar, político, poeta e académico Manuel dos Santos Lima vai ser homenageado, a título póstumo, pelo Presidente da República, João Lourenço, no âmbito das celebrações dos 50 anos da Independência nacional, marcadas para princípio julho. A distinção transparece o reconhecimento do seu vasto percurso de luta e dedicação à construção da Angola Independente.
Militou na Casa dos Estudantes do Império em Lisboa, destacando-se pela sua veia poética e patriótica em defesa da autodeterminação dos povos das antigas colónias portuguesas em África. Depois de abandonar o exército português, desertando no Cairo, Egipto, juntou-se ao MPLA e emprestou o seu saber para a formação do EPLA do qual foi o Primeiro comandante. O EPLA, braço armado do MPLA na clandestinidade, teve em Manuel dos Santos Lima, um activo líder na preparação e formação dos primeiros efectivos militares treinados no Norte de África. Combateu na região de Massano em Cabinda. Foi chefe do departamento de Guerra do MPLA e em 1962 na conferência Nacional do MPLA foi eleito membro do Comité Director do MPLA. Em 1963, demitiu-se de todos os cargos e radicou-se no Canadá. Regressou a Angola em 1991 para contribuir para o processo de democratização da sociedade.
Fundador do partido MUDAR e antigo reitor da Universidade Lusíada de Angola, destacou-se pela sua visão estratégica e defesa do pluralismo. Faleceu a 19 de dezembro de 2024, vítima de doença. A sua condecoração visa preservar a memória de uma figura que marcou a nossa história contemporânea, tendo deixado várias obras publicadas, incluindo poética.
